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Sabia que…

Monchique é dos poucos sítios no mundo onde nasce uma planta com milhões de anos?
Os mais antigos recomendavam servir chá de adelfeira às sogras, uma crença popular ainda hoje associada a esta planta rara e venenosa. Considerada uma relíquia por testemunhar o clima subtropical que outrora existiu na serra de Monchique, a planta é conhecida pela sua flor lilás, que habitualmente matiza o verde da serra a partir de maio.
Esta espécie da planta só existe atualmente, a nível mundial, nas serras de Monchique e do Caramulo. Era bastante abundante aqui há largos milhões de anos, mas quando o clima mudou de tropical para mediterrânico, foram pequenos enclaves como a serra de Monchique que conseguiram guardar as condições para o seu habitat.
Atualmente, existe um pequeno trilho pedestre que acompanha os locais onde há mais abundância da planta, junto à Foia, a Rota das Adelfeiras.

A maior magnólia da Europa já esteve localizada em Monchique?
Na cerca do Convento de Nossa Senhora do Desterro, mosteiro franciscano fundado em 1631, já existiu aquela que era considerada a maior magnólia-sempre-verde da Europa. Após a sua progressiva decadência, esta árvore acabou por cair em 2016, com uma idade estimada superior a 200 anos.
Tinha 27 metros de altura, 30 metros de diâmetro de copa e mais de cinco metros de diâmetro de tronco. Terá sido trazida pelo fundador do convento, Dom Pero da Silva, Vice-Rei da Índia, numa das suas viagens, sendo que a primeira referência escrita ao exemplar remonta a 1915. Era referida como “a soberba magnólia de Monchique”.

Monchique possui um "granito" raro exportado para vários locais no mundo?
Monchique é um importante produtor de sienito nefelínico, uma rocha rara em Portugal e existente apenas em alguns lugares do Planeta.
Esta rocha é extraída na Pedreira da Nave e exportada para vários países no mundo, como a China, os Estados Unidos da América e o Japão. Os sienitos são recursos geológicos com várias aplicações mas, atualmente, o sienito nefelínico de Monchique, maioritariamente, é utilizado como rocha ornamental e como pedra talhada para calcetamento.
Comercialmente esta rocha é conhecida por "granito de Monchique" mas, em termos geológicos, não é um granito pois a composição química e mineralógica entre granitos e sienitos nefelínicos é bastante distinta. Por exemplo, os granitos são muito ricos no mineral quartzo enquanto os sienitos são bastante pobres. No geral, o sienito nefelínico apresenta uma cor acinzentada, sendo visíveis minerais acastanhados correspondentes aos minerais de nefelina responsáveis pelo nome desta rocha.
Os sienitos têm em comum com os granitos o facto de serem de origem magmática e a dimensão e organização dos seus minerais indicar-nos que foram formados em profundidade, no interior da Terra.